O monumento que lembra a fundação da cidade de Campinas está na praça Guilherme de Almeida na confluência entre: av. Francisco Glicério, av. Campos Sales, rua General Osório e rua Regente Feijó e em frente ao Palácio da Justiça. Poucos devem saber da existência do símbolo que foi e é palco de tantas histórias, cada uma a seu tempo.
Na realidade, monumento deveria estar na Praça Antônio Pompeo / Praça Bento Quirino, em frente ao Largo do Carmo (Igreja do Carmo) onde está o “Marco Zero”. Ali foi construída a primeira capela da cidade, então bairro e também rezada a primeira missa em homenagem à fundação da cidade que após a celebração se tornou a Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas de Mato Grosso.
O monumento dos fundadores é o símbolo concreto da história oficial; além do brasão de Campinas e do nome em destaque de Franscisco Barreto Leme, aparece os de seus colaboradores (José de Souza Siqueira, Diogo da Silva Rego, José da Silva Leme, Domingos da Costa Machado, Francisco P. de Magalhães, Salvador de Pinho, Luís Pedrosa de Almeida, Bernardo Guedes Barreto); mas não há qualquer menção a Dom Luís António de Souza Botelho Mourão, IV Morgado de Mateus, que teve papel fundamental no processo de fundação de Campinas, como a história comprova.
A única referência ao IV Morgado de Mateus na cidade é a Rua Dom Luís António de Souza, no Jardim Proença, bairro onde esteve localizado o primeiro pouso de tropeiros da “Campinas do Mato Grosso”, no ‘campinho’ onde hoje está o estádio de futebol do Guarani Futebol Clube.
O próprio bairro Jardim Proença, urbanizado à partir do loteamento da Chácara Paraíso onde passava o Caminho de Goiáses, resta pouco do passado original. A única construção que lembra o momento da fundação de Campinas é a casa onde morava o proprietário da chácara, Joaquim José de Carvalho e onde residiu ex-prefeito Antônio da Costa Santos (morto em 2001).
Já a Avenida José de Sousa Campos (Via Norte–Sul), o asfalto esconde o córrego Proença que servia de percurso para o caminho de Goiáses, estrada que determinou a criação da cidade. Mas a estrada que dava acesso ao ‘caminho’ está desfigurada. Depois de passar pelo bairro Jardim Tamoio, o roteiro do antigo trajeto é engolido por uma mar de edifícios no Jardim Proença.
Os marcos de tão aclamado progresso de Campinas representam o gradativo aniquilamento da memória da cidade.
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