As impressões de um viajante, de passagem, francês Saint Hilaire sobre Campinas em 1819
Agostinho Francisco Cézar de Saint Hilaire, cientista, nasceu em Orleans, na França, em 1799 e ali faleceu em 1853. De família notável, cujos descendentes se destacavam nas ciências e nas letras, decidiu se dedicar à história natural, se destacando também.
Em companhia do Duque de Luxemburgo, indicado pela corte portuguesa no Rio de Janeiro, Saint Hilaire visitou o Brasil e aqui permaneceu durante algum tempo, viajando.
Das cidades que visitou escreveu diversas obras, todas sobre o título ‘Viagens’, só especificando as cidades. Esteve em São Paulo, passando por Moji-Guaçu, Moji-Mirim, São Carlos, Campinas e Jundiaí. Na tarde de 23 de outubro de 1819, num Sábado, Saint Hilaire chegou à Campinas, passando o domingo aqui, para continuar a viagem no dia 25, numa segunda-feira.
Agostinho Francisco Cézar de Saint Hilaire, cientista, nasceu em Orleans, na França, em 1799 e ali faleceu em 1853. De família notável, cujos descendentes se destacavam nas ciências e nas letras, decidiu se dedicar à história natural, se destacando também.
Em companhia do Duque de Luxemburgo, indicado pela corte portuguesa no Rio de Janeiro, Saint Hilaire visitou o Brasil e aqui permaneceu durante algum tempo, viajando.
Das cidades que visitou escreveu diversas obras, todas sobre o título ‘Viagens’, só especificando as cidades. Esteve em São Paulo, passando por Moji-Guaçu, Moji-Mirim, São Carlos, Campinas e Jundiaí. Na tarde de 23 de outubro de 1819, num Sábado, Saint Hilaire chegou à Campinas, passando o domingo aqui, para continuar a viagem no dia 25, numa segunda-feira.
Acompanhe um trecho da narração do francês da Antiga Vila de São Carlos:
"Chegando à Campinas, estabeleci-me na entrada da cidade sob um vasto rancho coberto de telhas e cercado de muros sólidos feitos de taipa.
A Vila é cercada de mato por todos os lados, as ruas não têm muita largura, as casas são novas, muito próximas umas das outras, cobertas de telhas e construídas, na maior parte, com ‘terra socada’ ou taipa"
Saint Hilaire ainda escreveu que não acreditava no cultivo da cana-de-açúcar na Vila porque tinha a crença que somente as terras pretas de Itú eram próprias para a agricultura.
Fase Colonial da Sociedade Campineira
A economia regional foi marcada inicialmente pela lavoura canavieira e pela indústria açucareira com o uso significativo de mão-de-obra escrava.
No início do século XIX, a economia passou gradativamente da monocultura açucareira para a monocultura cafeeira e em 1830, o café já estava consolidado. 24 anos depois, havia em Campinas 117 fazendas com a produção anual de mais de 300 mil arrobas de café. Logo em seguida, os imigrantes europeus já estavam substituindo a mão-de-obra escrava nas fazendas e ferrovias; isto a partir de 1870.
Apesar de ser uma sociedade conservadora devido à monocultura, ao patriarcalismo e à escravidão, a agricultura desenvolveu o setor terciário (comércio e finanças) acumulando capital. Em suma: criou uma infra-estrutura capaz de organizar e alavancar o crescimento industrial à partir do final do século XIX.
A sociedade colonial começou no final da década de 30, ainda no século XVIII e durou até 1850. É nessa fase que a cidade surge e se desenvolve em termos políticos e econômicos.
Há uma concentração de pessoas das mais variadas categorias e procedências, desde os mais pobres, até a camada aristocrática, que deteve o poder de decisão durante todo o século XIX. Essa sociedade também era composta por muitos escravos que serviam de mão-de-obra em toda a região.
No início, os povoadores eram lavradores que desenvolviam atividades de agropecuária e agricultura baseada na economia de subsistência. Com a produção excedente, Campinas começa a se regionalizar, gerando uma infra-estrutura comercial e um centro econômico desde o sul de Minas Gerais ao interior. Mas o que desenvolveu a cidade à partir da segunda metade do século XVIII é a lavoura de exportação de cana-de-açúcar, produto que vai abastecer a economia local durante mais de um século, colocando a cidade no circuito capitalista mundial do Porto de Santos à Europa.
Os chamados "engenheiros" do açúcar, donos de grandes propriedades com seus engenhos, é que fortalecem o mercado econômico de forma rápida e investindo na mão-de-obra escrava nos canaviais. Não é à toa que Campinas foi considerada o maior centro escravista do país, em um período tenebroso.
Vale lembrar que neste período, mais da metade da população existente era escrava.
Antes de todo o crescimento político e econômico, Campinas era uma cidade acanhada, despojada, sem estilo de vida, com ruas estreitas, becos e com grandes lacunas em sua planta urbana.
A construção do Teatro São Carlos, em 1850, simboliza a ruptura econômica e o açúcar cede espaço para o café, muito mais lucrativo. A cultura cafeeira do Vale do Paraíba com as famosas terras roxas, chega enfim à região de Campinas.
Não é novidade que o ‘Baronato do Café’ era uma sociedade mais refinada que a anterior. Essa nova elite local dominava a cidade que passou a ser conhecida como centro agrícola e comercial.
Depois da fase senhorial dos ‘barões endinheirados’ surge a modernidade com a ascensão capitalista formada por migrantes e trabalhadores livres.
Em 1870, a sociedade passa a exigir uma cidade mais higienizada e equipamentos urbanos capazes de suprir as necessidades da cidade. Nesta época, Campinas ganha o codinome de "Princesa D’Oeste"
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