31 de julho de 2007

Memória Fotográfica: Órfãs na rua Conceição

Foto de 1948, mostra as órfãs subindo a rua Conceição; vindo de seus alojamentos e indo em direção da Matriz da Catedral.

30 de julho de 2007

Livros x História de Campinas: 50 anos de Sociedade Campineira

De minha biblioteca particular, belíssimo livro doado pelo autor do mesmo. Livro (168 páginas) do Psicólogo e Fotógrafo, Alexandre Nucci, publicado pela Jet Color Editora, Campinas, 2001.




29 de julho de 2007

Curiosidades: Machado de Assis e as Órfãs de Campinas

Crônica, cedida por Moacyr Castro.

Machado de Assis e as Órfãs de Campinas

Puxa vida! Mas não existe nada melhor do que a leitura de um bom livro. Quanto mais leio e releio, mais agradeço a Deus a ventura de Campinas ter um historiador como nosso mestre José Roberto Amaral Lapa. Inda outro dia, imaginei os quatro conversando: ele, Deus, o cônego Vieira e Machado de Assis. Sim, porque Deus também adora ouvir as histórias do professor Lapa.

Na preciosidade chamada “A cidade, os cantos e os antros”, ele nos conta de quando o cônego Vieira deixou Campinas para ser bispo no Ceará, em 1883. O cônego estava preocupadíssimo com o destino do orfanato para meninas que deixara iniciado. Seis anos depois, lá de Fortaleza, mandava um apelo aos amigos que se encontravam à frente da Provedoria da Santa Casa, para que reativassem o projeto, agora já passados seis anos, quando então a cidade viu o problema assumir proporções alarmantes, com a legião de meninas que a epidemia de febre amarela (1889) atirara à orfandade.

Seu pedido deu resultado, conquanto iniciou-se nova e intensa campanha de arrecadação de fundos, que permitiria a instalação do orfanato. Este movimento produziu uma poliantéia de prosas e poesias de monarquistas e republicanos, personalidades e intelectuais, para ser vendida em benefício daquela causa.

Entre eles, Machado de Assis, com este soneto: “Recolhei, recolhei essas coitadas / Tristes crianças, desbotadas flores, / que a morte despojou de seus cultores, / E pendem já das hastes maltratadas. // Trocai, trocai as fomes e os horrores, / Os despresos e as ríspidas noitadas / Pelo affago dos peitos protetores. / Ensinae-lhes a amar e a ser amadas. // E quando a obra que encetaes agora / Avultar, prosperar, subir ao cume, / Tornada em sol esta ridente aurora, // Sentireis ao calor do grande lume / Tanta ventura que, se fordes tristes, / Jubilareis da obra que cumpristes.”

Campinas inspirava até Machado! Hoje, nem pagodeiro de quinta se anima com esta terra perdida entre forasteiros ora inúteis ora espúrios. O médico Francisco Augusto Pereira Lima assumiu o trabalho e o cônego Manuel Vicente passou às órfãs esta mensagem de esperança: “Sereis consumidoras úteis e produtoras inteligentes; não sereis pesadas à sociedade pelo ócio e pelo vício. Aprendereis a viver do trabalho na paz de uma pureza inalterável, de uma ingenuidade encantadora, para serdes no futuro mães zelosas, ou virgens abnegadas, desprendidas dos prazeres da terra para viverdes da dedicação generosa em prol da humanidade que sofre.”


Grupo de órfãs da Santa Casa de Misericórdia em 1919.

28 de julho de 2007

Curiosidades: Túmulo da família Ferreira Penteado

Túmulo da família que foi doadora do terreno onde está localizado originalmente o Cemitério da Saudade.

27 de julho de 2007

Livros x História de Campinas: Monographia de Campinas

De minha biblioteca particular. Livro (48 páginas) do professor, de fins dos anos 1800 e começo dos anos de 1900, Christiano Volkart, publicado pela Typographia a vapor :ivro Azul - Castro & Irmão, 1903.



26 de julho de 2007

Personagem: José de Castro Mendes

José de Castro Mendes nasceu em Campinas em 27 de junho de 1901 e após sua morte, em 26 de janeiro de 1970, teve seu nome emprestado ao teatro municipal, localizado na Vila Industrial. E ainda é nome de rua no Bairro São Bernardo.

Jornalista, pintor, músico, fotógrafo (muitas de suas fotos ajudam a contar a história de Campinas), poeta, historiador e cronista, José de Castro Mendes, Zeca ou Zek, como era conhecido (vamos usar Zeca, como sua afilhada e sobrinha-neta - Vera Lúcia F. Donnelly - se referencia à ele), foi, acima de tudo, um memorialista, que dedicou boa parte de sua vida à história de Campinas, empregando seus talentos na busca pelo passado, rememorando em seus escritos e imagens uma “cidade que não mais existe”.

Vera Lúcia F. Donnelly, aos 3 anos de idade, no colo do seu padrinho e seu Tio Zeca. Esta senhora tem uma homenagem à ele no endereço eletrônico: http://br.geocities.com/verinha_2000/

Autor de vários livros, artigos e pinturas, os trabalhos de Zeca apresentam em sua maioria um objeto: Campinas. Conta a história que o memorialista dividia seu dia entre o Instituto Agronômico (onde trabalhou como desenhista até a aposentadoria), o Correio Popular e o Centro de Ciências Letras e Artes (onde criou e dirigiu os museus Carlos Gomes e Campos Salles), local em que permanecia horas pesquisando sobre a história local.




Seus trabalhos trazem aspectos marcantes do passado campineiro, que buscava nos jornais antigos, nos cronistas de meados de 1800 a meados de 1900 (como o mestre do “bairrismo campineiro” Leopoldo Amaral e Benedicto Octávio) e nas histórias do dia-a-dia.

Portanto, seja através da simples rememoração ou de análises mais aprofundadas, valendo-se de documentações escritas ou memórias, Zeca construiu uma história da cidade muito repetida até hoje por diversos pesquisadores.

Sua produção apresenta traços marcantes do momento vivido por Zeca e pela cidade. Nas décadas de 1940, 1950 e 1960, Campinas passava por grandes alterações em seu espaço urbano, resultado da “política de melhoramentos urbanos”, de autoria do engenheiro Prestes Maia, implantada em 1937. Atendendo às demandas do crescimento industrial e populacional, aliadas aos interesses imobiliários, são eliminados alguns dos símbolos do café da cidade provinciana em que Zeca havia vivido até então.

O centro antigo seria amplamente remodelado. Em 1956, foi demolida a Igreja do Rosário, para a ampliação da estreita rua Francisco Glicério. No ano de 1965, o Teatro Carlos Gomes veio abaixo após ferrenhas discussões. Antigos casarões também deixam de existir, como o palácio Ambrust, ou sofrem fortes intervenções, a exemplo do palácio da Mogyana. Novos “arranha céus” são erguidos, praças são remodeladas, ruas são criadas e recriadas, alterando assim o “viver na cidade”, modificando sensibilidades e por conseqüência o cotidiano da população.


Os trabalhos de Zeca saúdam esta nova fase de Campinas, exaltando o progresso e o crescimento da cidade. Assim, ao mesmo tempo em que buscam em tom nostálgico celebrar a cidade que havia sido, também dão vivas aos novos tempos.

Em “Efemérides Campineiras” estão reunidos aqueles que Zeca considera os principais fatos da vida de Campinas ano a ano, desde sua fundação até o momento atual em que o livro estava sendo produzido.

O enorme suplemento “História da Cidade de Campinas”, publicado no Correio Popular dos anos de 1968 a 1970, conta a história da cidade através dos grandes fatos e figurões desde os tempos de Barreto Leme, apresentando nos encartes aspectos da vida cultural e social local. Outra parte de seus trabalhos publicados constituem-se em coletâneas de imagens (fotos, aquarelas e gravuras).


Acima, imagem do título da seção onde Zeca mostrava duas fotos do passado e presente à época.


O álbum “Retratos da Velha Campinas” foi publicado em 1951 na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo e mostra dezenas de imagens coletadas pelo autor, reunindo fotos antigas e pinturas de H. Lewis, Hércules Florence e do próprio Zeca, com o objetivo de rememorar

O que não mais existe, demolido ou modificado pelas reformas, incluímos neste acervo histórico reproduzido de alguns desenhos e fotografias raras, material valiosissimo, dificilmente encontrado aqui e ali, guardado sempre, carinhosamente, pelos bairristas apaixonados e zelosos de tudo quanto diz respeito à sua terra natal .

Outro trabalho, “Velhas Fazendas Paulistas” reúne aquarelas de sua própria autoria relembrando partes internas e externas dos antigos sobrados do período cafeeiro do interior do estado, trazendo aspectos da arquitetura colonial e revivendo uma época considerada áurea.

Apesar de muitas de suas obras, principalmente pinturas, estarem perdidas em meio aos desorganizados arquivos e coleções de Campinas e até de outras cidades, algumas de suas mini aquarelas fazem parte do acervo fixo do Museu da Cidade e estão à mostra na exposição “Labirintos da Memória” (módulo da destruição), relembrando esta cidade que “não mais existe”.

Assim, quem visitar a exposição poderá conhecer, por exemplo, o Teatro São Carlos (o primeiro da cidade), erguido em 1850, a praça Carlos Gomes antes dos embelezamentos de 1912/13, o socamento de taipa na construção da Matriz Nova (Catedral) em meados do século XIX, além de inúmeros casarões que já desapareceram ou perderam sua feição e uso inicial ao longo dos anos.


José de Castro Mendes ministrando palestra no Colégio Culto à Ciência em 04 de novembro de 1965.

Também estão presentes: o Mercado das Andorinhas, importante ponto comercial, demolido em meio aos processo de reorganização urbana já citado; alguns dos primeiros chafarizes, que serviam então como posto de abastecimento de água ou lavagem de roupa; a primeira capela da cidade, erguida onde hoje se encontra o monumento a Carlos Gomes (ponto inicial da cidade).

Certa feita, o companheiro de imprensa Luso Ventura disse que José de Castro Mendes era o homem de dois amores, “o amor de sua mãe e o amor de sua cidade”.

Campinas unia-se à sua vida de forma quase visceral. Sua dedicação à cidade chegava a ser, segundo os companheiros, parte de seu caráter. Para Luis Horta Lisboa, até mesmo seus excessos seriam perdoáveis em razão de sua dedicação à Princesa D´Oeste: “ Era muitas vezes rijo em seus julgamentos, mas quem o conhecia perdoava os excessos, pois eram estes aspectos o resultado de seu extremado amor à terra natal. Foi sempre fiel à arte e à Princesa D´Oeste, a quem ele cultuava acima das conveniências pessoais”.

De forma um pouco maldosa, Paranhos de Siqueira, também jornalista e especialista em “elogios” fúnebres (nem sempre muito elogiosos), reafirmou, em artigo publicado no jornal Correio Popular, a dedicação com que Zeca entregava-se aos estudos relacionados à Campinas: Espírito solitário, andava sempre sozinho. Tinha muitos conhecidos, mas poucos amigos. Dava-se bem apenas com os papéis velhos dos arquivos oficiais, onde ia buscar, na cata das vigílias prolongadas o acontecimento histórico ainda não revelado pela história. Aí sim, no manuseio dos alfarrábios comidos pelo tempo, no convívio de documentos sem idade, empastados de poeira e atacados de traças – aí, sim, ele sentia-se à vontade. Para saber se Carlos Gomes espirrou ou tossiu, em 1870, em Milão, quando levou à cena o “Guarani”, ele passava noites e noites consultando este tomo, indagando daquele autor, como se disso dependesse, mais do que o sossego da sua alma, o pão da sua mesa.

O texto de Siqueira, apesar dos exageros, serve para ressaltar uma característica presente nas biografias e na produção de Zeca: sua extrema dedicação e vinculação à sua cidade, que se transformou ao mesmo tempo em seu local de vida e seu objeto de estudo e que se constituiu em sua “marca”.

Por meio de livros, artigos nos jornais, aquarelas e organização de diversas coleções e exposições, Zeca celebrou a sua “amada” terra natal sem que isso lhe valesse algum lucro, ou colocasse pão à sua mesa. Era um apaixonado pela cidade e cada um de seus trabalhos era repleto de dedicatórias e elogios a sua terra natal.

Ainda que fosse membro de uma família campineira tradicionalmente ligada ao comércio de bens culturais (seu tio-avô Antônio Benedito Castro Mendes era proprietário da afamada Casa Livro Azul, loja importadora de instrumentos musicais e sempre aberta à produção cultural da cidade), não teve uma infância fácil, pois, desde que perdeu seu pai teve que trabalhar para ajudar no sustento da família. Aparentemente, o sobrenome conhecido não lhe trouxe muitos benefícios em sua juventude.

Zeca era uma pessoa extremamente culta, um “tríplice artista”, como disse Raphael Duarte: musicista, crítico de teatro e principalmente um bom desenhista. Esta sua habilidade lhe propiciou, além do emprego no setor de Botânica do Instituto Agronômico de Campinas – IAC - (onde desenhava “plantas nativas e plantas com doença”), envolvimento desde a juventude com artistas e intelectuais da cidade.

Colaborou na revista modernista A Onda, ilustrou o livreto de poemas Nebulosas, do colega Júlio Mariano, e elaborou alguns cenários para peças do teatro amador da cidade, como, por exemplo, “História da Vida de Jesus”, produzida e estrelada por Carlos “Carlito” Maia, filho do ex-prefeito da cidade, Orosimbo Maia. Como também era um especialista nas artes em geral, manteve por muitos anos, no Correio Popular, as colunas “Minarete” e “Teatro e Cinema”. Em homenagem à essa ligação e principalmente aos serviços prestados como incentivador e divulgador do teatro amador, em 1974 um teatro da cidade foi batizado com seu nome.
Zeca Mendes e Carlito Maia em evento no Teatro Municipal Carlos Gomes na década de 1950.

No IAC publicou seu primeiro trabalho, o álbum Velhas Fazendas Paulistas, realizado em parceria com o engenheiro J.E. Teixeira Mendes, em 1947. Coube a Zeca compor as aquarelas, que tinham o intuito de mostrar ao mesmo tempo a pujança de tempos anteriores e o “atual estado” das fazendas da região de Campinas. Por este trabalho recebeu elogios do escritor Menotti Del Picchia, que referenciou Velhas Fazendas como um dos principais registros em imagem das antigas fazendas cafeeiras.

O interesse pela história, era, para Zeca, o interesse pela história de Campinas, qualquer assunto referente ao passado da cidade lhe interessava: artes (tema para o qual dedicou um artigo na Monografia de Campinas, organizada por Júlio Mariano e Carlos Francisco de Paula), política, costumes e aspectos urbanos.Segundo a crônica local, seu dia a dia era trabalhar no IAC e depois ir ao arquivo do Centro de Ciências Letras e Artes de Campinas (CCLA), onde dedicava horas à leitura de jornais e documentos antigos. Também no CCLA, Zeca foi criador e diretor dos museus Carlos Gomes e Campos Sales.

As antigas fotografias, algumas de coleção particular, outras do acervo do CCLA, que vez ou outra reproduzia em aquarelas, possibilitou-lhe compor alguns de seus mais conhecidos trabalhos, como o artigo “Retratos da Velha Campinas”, publicado inicialmente na Revista do Arquivo Municipal de São Paulo, em 1951, e Efemérides Campineiras, lançado em 1960, trabalho pelo qual ganhou a medalha “Carlos Gomes” de literatura.

No jornal Correio Popular, onde trabalhou de 1927 (ano da criação do periódico) até o final de sua vida, escreveu inúmeras séries a respeito da história da cidade, como “Isto não é História”, “Documentário de duas épocas”, “Efemérides Campineiras”, e a mais famosa, “Retratos da Velha Campinas”. No início da década de 1960, elaborou ainda, desta vez para o jornal Diário do Povo, uma série em quadrinhos sobre a história da cidade, destinada às crianças.

No Correio publicou também, pouco antes de sua morte, o extenso suplemento “História da Cidade de Campinas”, reunindo, por meio de temas, a história de ruas, praças, prédios, dos “grandes campineiros” (especialmente Carlos Gomes, celebrado com um volume inteiro) e também elencando episódios da “cidade princesa” que considerava importante.

Zeca costumava dizer “santo de casa não faz milagre”, referindo-se ao pouco interesse da população em geral para com seus trabalhos. Comparava a gélida recepção dos estudos a respeito da história da cidade com o tratamento que a cidade havia dado a Carlos Gomes, enquanto o maestro ainda era vivo. No final de sua vida, desiludido, resolveu queimar todos seus manuscritos.
Finalizando citamos o poema composto por Martins Fontes e que foi tomado de empréstimo por Zeca, que utilizou-o como epígrafe de alguns de seus trabalhos e revela o sentimento de pertença e amor à Campinas nas produções deste grande campineiro:

"De minha terra para minha terra
tenho vivido. Meu amor encerra
a adoração de tudo quanto é nosso.

Por ela sonho, num perpétuo enlevo,
e, incapaz de servi-la quanto devo
quero, ao menos, amá-la quanto posso !"

Obras de José de Castro Mendes: Efemérides Campineiras; Retratos da Velha Campinas; Velhas Fazendas Paulistas; Suplementos Ilustrados do jornal Correio Popular e História de Campinas em quadrinhos, publicada diariamente em tiras, pelo jornal Diário do Povo.

Foto do teatro que leva seu nome.

Outros detalhes podem ser vistos em: http://www.centrodememoria.unicamp.br/sarao/revista42/sarao_ol_texto3.htm

24 de julho de 2007

Monumento: Mausoléu do Jornalista

Abaixo o túmulo, no Cemitério da Saudade em Campinas, de vários jornalistas que fizeram a história de Campinas.

23 de julho de 2007

Livros x História de Campinas: Fragmentos de uma Demolição

De minha biblioteca particular. Livro (226 páginas) da diretora do Museu da Imagem e do Som, Sônia Aparecida Fardin, publicado pela Átomo e Alínea, Campinas, 2000.


22 de julho de 2007

Curiosidades: Restaurante Armorial

Nos anos de 1960, Campinas tinha o seu charme "holiwoodiniano" e o Restaurante Armorial, na rua General Osório, tinha presença no cenário social. Suas festividades eram concorridos, como se pode ver na foto abaixo.
A elegância era sua marca.
Abaixo foto de encerramento do Restaurante Armorial, em dezembro de 1977. Ao centro vê-se os proprietários do Armorial, Solange e Angelo Lepreri.

Hoje o que restou do antigo restaurante está na calçada; como se pode ver nas fotos abaixo.



20 de julho de 2007

Livros x História de Campinas: Campinas e a Independência

De minha biblioteca particular. Livro (66 páginas) do jornalista, de fins dos anos 1800 e começo dos anos de 1900, Benedicto Octávio ou Benedito Otávio, publicado pela Linotypia da Casa Genoud, Campinas, 1922.

19 de julho de 2007

Memória Fotográfica: Praça Bento Quirino - Década 1910

Veja cartão postal emitido pela Casa Genoud da década de 1910. Veja detalhe interessante; o coreto e o chafariz. Clique sobre a imagem para ver nos detalhes.

18 de julho de 2007

Curiosidades: Antiga Maternidade de Campinas


Antiga maternidade de Campinas, ficava (há muito demolida) na confluência das avenidas Andrade Neves e Barão de Itapura.

Local onde o mantenedor deste espaço da Internet nasceu; exatamente na data que hoje publica esta curiosidade.

17 de julho de 2007

Personagem: José Paulino Nogueira

Inspirado em material cedido pelo nosso grande cronista do passado e do presente, Moacyr Castro, e com novos detalhes deste historiador, segue uma pequena biografia.

Ainda pequeno, quando vinha trabalhar de caixeiro na loja de Bento Quirino dos Santos, percorria descalço o trajeto até a entrada da cidade, para economizar seu único par de sapatos. José Paulino Nogueira nasceu em Campinas a 13 de fevereiro de 1853, quinto dos doze filhos de Luiz Nogueira Ferraz e de Gertrudes Eufrosina de Almeida Nogueira, família tradicional, mas de poucos recursos.

Começou a trabalhar aos doze anos naquela loja. Aos 18, o ex-caixeiro era gerente e, logo depois, sócio do patrão na Santos, Irmão & Nogueira, uma casa comercial que os políticos e intelectuais que a freqüentavam apelidaram de “Sociedade Anônima de Interesse Geral”. Ali conheceu Campos Salles, uma amizade que, no futuro, uniu as duas famílias – seu neto, Paulo Nogueira Filho, casou-se com Regina Coutinho (Nogueira), neta do ex-presidente da República.

A loja era um centro de atividades sociais que reunia empreendedores preocupados com o interesse público da cidade e da então Província de São Paulo. Ali, Campos Salles, Francisco Glicério, Jorge Miranda, Francisco Quirino, Américo Brasiliense e Salvador Penteado se reuniam para combater a monarquia e defender o fim da escravatura. Tal loja ficava no Largo do Carmo, na esquina das ruas Benjamim Constant e Sacramento; onde hoje existe uma placa de mármore com agradecimento do povo para Bento Quirino e José Paulino quando da epidemia de 1889.

Em 1871 integra a Boemia Dramática Campineira, dirigida pelo maestro Sant’Ana Gomes.

Em 1885 torna-se acionista da Companhia Campineira Carris de Ferro.

Na foto José Paulino Nogueira é o terceiro da esquerda para a direita do espectador. Sentado à esquerda, do espectador, está Bento Quirino dos Santos grande incentivador, de quando seu começo de vida.

Na última fase do império, já membro do Partido Republicano, José Paulino elegeu-se vereador em Campinas, com Júlio de Mesquita e Salvador Penteado. Em março de 1889, com o primeiro ataque da epidemia de febre amarela, José Paulino foi uma das poucas autoridades que não abandonaram a cidade. A situação piorou e os recursos faltavam. Assumiu o governo de Campinas, mobilizou sócios e clientes da loja e apelou na Capital, para que os amigos Campos Salles e Francisco Glicério arranjassem meios para que se concluíssem os serviços de canalização de água potável e de instalação da rede de esgotos. Só assim a cidade se livraria dos poços e das fossas.


No dia 2 de Abril de 1889, mandou um apelo dramático a Francisco Glicério: “A epidemia recrudesceu bastante de cinco dias a esta parte; pelo obituário, podes calcular o que vai por aqui, é um horror! Não há espírito, por mais forte que seja, que tenha a necessária calma no meio de tanta desgraça. Pobre Campinas. Parece-me que nunca mais poderá levantar-se pujante como já foi. Você, Moares, Campos Salles e outros filhos desta terra, que aí estão com o espírito fresco e calmo, pensem e ponham em prática tudo o que for para facilitar o empréstimo da Companhia Campineira de Águas e Esgotos, que é a única salvação desta cidade. Adeus, até por cá, se vivermos.”


Proclamada a República, permanece na direção da cidade até ser nomeado intendente municipal da era republicana. Em 1890, novo surto da febre castiga Campinas. Ele conduz as obras de saneamento e o povo, agradecido, faz coleta popular de 100 réis por pessoa e inaugura uma placa de mármore na sede da loja para homenagear sua dedicação.

Na Câmara Municipal, o retrato na sala de reuniões leva a seguinte legenda: “José Paulino, o presidente que não abandonou o posto nos dias tenebrosos de 1889”. No discurso, seu médico, Eduardo de Guimarães, ressaltou: “Atacado pelo morbo, esse abnegado campineiro me suplicava: ‘Doutor, eu não posso morrer, porque Campinas ainda sofre muito e precisa dos meus serviços!’”.

Superada a doença, volta à política e é reeleito presidente da Câmara, em 1892, e continua à frente da administração de Campinas. Baixa duas leis: isenta de impostos e taxas as sociedades cooperativas de consumo e um empréstimo de 400 contos de réis, com juros de 6% ao ano, para que a Companhia Carril Agrícola Funilense concluísse sua linha de trem de Campinas ao inóspito e desocupado bairro do Funil, até então isolado da cidade e dos centros mais próximos, Limeira e Moji Mirim.

Mais tarde, já no fim do século, José Paulino e os irmãos Arthur e Sidrack, o cunhado Antônio Carlos da Silva Teles e o genro Paulo de Almeida Nogueira desbravaram as primitivas terras da fazenda Funil (hoje na cidade de Cosmópolis) e lançaram nela a semente da primeira grande indústria de Campinas, a Usina Ester, antes uma engenhoca de álcool. Ester era o nome da filha mais velha de José Paulino.

Sempre empreendedor, em São Paulo, associou-se à firma comissária Teles & Neto, de Santos, e levou para a empresa seu antigo patrão e sócio Bento Quirino dos Santos. Em 1910, assumiu a presidência da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, cargo que ocupou até morrer, a 10 de novembro de 1915. Mesmo à frente da ferrovia, com Dr. José de Queiroz Lacerda e José Egydio comprou a Companhia Agrícola de Cravinhos, uma das mais importantes organizações de café do Estado e precursora da introdução da cafeicultura na região de Ribeirão Preto.

Foi o primeiro presidente do Banco Comercial e fundou, ainda, com Cardozo de Almeida, Urbano Azevedo e Veriano Pereira, a Companhia Paulista de Seguros. Com parte do que ganhava, ajudava a sustentar a Santa Casa de Misericórdia e o Liceu de Artes e Ofícios de Campinas (hoje Liceu Nossa Senhora Auxiliadora).

Era um empresário raro, com visão completa de como se desenvolve um ciclo econômico, com investimento em fazendas que tornou produtivas, transporte da safra, financiamento bancário da produção, comercialização no mercado interno e exportação.

O cientista Paulo Nogueira Neto, bisneto de José Paulino, observa: “Ele foi um dos paulistas que melhor prepararam o Estado de São Paulo para o rápido e enorme progresso que teve, particularmente a partir dos tempos da Primeira Guerra Mundial. Preocupou-se com a infra-estrutura do desenvolvimento: na agricultura, na agroindústria, no comércio exportador, na atividade bancária, nos seguros, nas ferrovias e na política. Foi para o nosso Estado o que Mauá representou para o Império”.

Foi casado com Francisca Coutinho Nogueira, falecida em 1895. Viúvo muito cedo, não mais se casou. A filha Ester assumiu o comando da casa e serviu de segunda mãe aos irmãos. Seu nome, Ester, foi dado para usina canavieira na cidade de Cosmópolis; ficando assim Usina Ester.

José Paulino faleceu em São Paulo e está sepultado no Cemitério da Saudade, em Campinas, próximo de dois companheiros de toda a vida: Moraes Salles e Francisco Glicério.

A foto acima, em 1915, mostra o momento em que chega o corpo de José Paulino Nogueira, vindo este de São Paulo; onde ele faleceu.

Seu nome, Paulino, deu nome à cidade de Paulínia; pois um dos bairros que deu origem àquela cidade; chamava-se José Paulino.

É homenageado em sua terra natal, com nome de rua no Centro da cidade.

16 de julho de 2007

Curiosidades: Santa Casa de Misecórdia - Litogravura

Litogravura de Jules Martin a época da inauguração, 15 de agosto de 1876.

15 de julho de 2007

Personagem: Raphael Duarte

Abaixo tem-se dados extraído do "Elogio Fúnebre" feito pelo acadêmico Lycurgo de Castro Santos Filho, na Academia Campinense de Letras em 25 de abril de 1958 à outro acadêmico Raphael de Andrade Duarte. Tal elogio fez-se há apenas 15 dias de seu falecimento (10 de abril de 1958) à época. Com a reprodução aqui do discurso, faz-se também uma homenagem ao antigo acadêmico Lycurgo e à Academia.

Raphael de Andrade Duarte, por sinal, um grande campineiro; que pode ser comprovado no descrito abaixo.

Clique sobre a figura para ler com mais detalhes.







Raphael de Andrade Duarte no fim de sua vida.

Abaixo foto de seu túmulo no Cemitério da Saudade em Campinas, assim bem como sua lápide.

14 de julho de 2007

Memória Fotográfica: 1928 - Largo da Catedral

Largo da Catedral e ao lado direito vê-se o Cine República.

13 de julho de 2007

Descaso com a História: Bica da Rua Ferreira Penteado

Inspirado em matérias de Maria Teresa Costa de 20 de julho de 1992 e 08 de maio de 1999, Correio Popular. Podemos ver aqui e constatar o descaso com a história campineira.

Em 1992, a competente jornalista e que nesta data ainda milita na imprensa campineira, fez uma reportagem citando o bebedouro que na época existia na rua Ferreira Penteado, número 728, e que pode ser visto abaixo. Citava ela que o bebedouro estava incrustrado na parede da casa há 120 anos e que no período de sua instalação foi uma modernidade para época (por volta de 1870), pois ajudava a população a saciar sua sede.


Em reportagem de 1999 a jornalista volta ao tema e informa que o bebedouro vai ser retirado e e restaurado; sendo recolocado depois. Veja abaixo foto da época do mesmo.

Em 2007 retorno ao local e veja abaixo, fotos sacadas por mim. Do bebedouro, só existe o rebaixado onde o mesmo ficava. Triste!


Vista geral do local onde havia o bebedouro, ruas Barão de Jaguara x Ferreira Penteado.