Preservação da memória histórica de Campinas, SP, Brasil; pela catalogação ordenada de sua História, fotos, documentos antigos e de tudo aquilo que possa ajudar na preservação desta. Espaço aberto à todos que têm interesse no assunto e está em constante atualização. Aberto à receber material via internet ou por correio para aumentar minha biblioteca, hemeroteca e fototeca sobre o assunto. (jmfantinatti@hotmail.com)
27 de julho de 2008
Ontem e Hoje: Rua Barão de Jaguara
Década de 1930.
Em 2008.
3 comentários:
Anônimo
disse...
Ficou horrível. Pelo menos esse trecho, do ângulo visto na segunda foto, é a cidade do cão chupando manga. As únicas coisas que valem a pena da foto são o prédio do Citibank ao fundo e o casarão de esquina na praça. O resto, pode demolir.
Relembremos juntos, o que eram, como eram, no meu tempo estes doces chãos em que folgamos infantes. Esse “meu tempo”: o Ano da Graça de 1902, vindo eu de Rio Claro para cursar o primeiro ano do Ginásio já famoso. Essa Campinas: a familiaridade. Estou dando a esta palavra um ultra-sentido, que os dicionários informam: o de um respeitoso, embora íntimo, coletivo e bom sentir-se “em casa”. Minha casa: casa da Dindinha, Rua Barão de Jaguara, 86. Ali na frente, a de Moça Franco. Aqui ao lado, à esquerda a de Nhanhan Lapa... (Ah! Minha “Ballade des cames du temps jadis”! Campainhando, vem vindo o bonde “Aquidaban”: três bancos só e dois burrinhos, de olhos meigos. Vou a pé rumo ao Ginásio, meu pega-livros de cadarço, o porta-lanches a tiracolo. Na esquina de cá é o Rinka: seu circo e sua pantomínia aquática. Na de lá adiante, é a Casa Genoud: livros, cadernos escolares, lápis de cor, estojo com compasso, régua e tira-linhas. Agora é o Largo do Rosário: seja jogos de água sob alecrins. Além o Christofam: absinto para meu tio Eurídio, anisete, com sifão para mim. Já na praça, na esquina, o “Livro Azul”, onde vi a minha primeira fita de cinema: “L’arroseur arrosé”, dos Irmãos Lumière. Ao fundo, a Matriz velha: minha primeira comunhão no dia dos meus anos: no braço, o retrato do fotógrafo Niekelson; almoço festivo em casa, fios-de-ovos, e papos-de-anjo de Dona “Lucinda, a doceira”. O Ginásio: fala-se em Coelho Netto que eu não via nunca, e numa tal “Pastoral”, que eu não sabia o que era. Mas foi a minha primeira bola e minha primeira chuteira do primeiro futebol que em Campinas se jogou.
Trecho do discurso proferido por Guilherme de Almeida, quando foi homenageado em Campinas pelo título de Príncipe dos Poetas Brasileiros.
3 comentários:
Ficou horrível. Pelo menos esse trecho, do ângulo visto na segunda foto, é a cidade do cão chupando manga. As únicas coisas que valem a pena da foto são o prédio do Citibank ao fundo e o casarão de esquina na praça. O resto, pode demolir.
Relembremos juntos, o que eram, como eram, no meu tempo estes doces chãos em que folgamos infantes. Esse “meu tempo”: o Ano da Graça de 1902, vindo eu de Rio Claro para cursar o primeiro ano do Ginásio já famoso. Essa Campinas: a familiaridade. Estou dando a esta palavra um ultra-sentido, que os dicionários informam: o de um respeitoso, embora íntimo, coletivo e bom sentir-se “em casa”. Minha casa: casa da Dindinha, Rua Barão de Jaguara, 86. Ali na frente, a de Moça Franco. Aqui ao lado, à esquerda a de Nhanhan Lapa... (Ah! Minha “Ballade des cames du temps jadis”! Campainhando, vem vindo o bonde “Aquidaban”: três bancos só e dois burrinhos, de olhos meigos. Vou a pé rumo ao Ginásio, meu pega-livros de cadarço, o porta-lanches a tiracolo. Na esquina de cá é o Rinka: seu circo e sua pantomínia aquática. Na de lá adiante, é a Casa Genoud: livros, cadernos escolares, lápis de cor, estojo com compasso, régua e tira-linhas. Agora é o Largo do Rosário: seja jogos de água sob alecrins. Além o Christofam: absinto para meu tio Eurídio, anisete, com sifão para mim. Já na praça, na esquina, o “Livro Azul”, onde vi a minha primeira fita de cinema: “L’arroseur arrosé”, dos Irmãos Lumière. Ao fundo, a Matriz velha: minha primeira comunhão no dia dos meus anos: no braço, o retrato do fotógrafo Niekelson; almoço festivo em casa, fios-de-ovos, e papos-de-anjo de Dona “Lucinda, a doceira”. O Ginásio: fala-se em Coelho Netto que eu não via nunca, e numa tal “Pastoral”, que eu não sabia o que era. Mas foi a minha primeira bola e minha primeira chuteira do primeiro futebol que em Campinas se jogou.
Trecho do discurso proferido por Guilherme de Almeida, quando foi homenageado em Campinas pelo título de Príncipe dos Poetas Brasileiros.
E vcs tem foto da casa da Dindinha de Guilherme de Almeida? Seria interessante sua publicação...
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