A Sociedade Protetora dos Pobres foi fundada pelo médico dr. Alberto Sarmento e pelo Cônego Cipião Junqueira, no inicio de “mês do terror”, justamente a 7 de abril de 1889 às 13:00h da tarde, no consistório da Matriz Nova (hoje Catedral), cuja finalidade beneficente consistia em coletar donativos para viabilizar a distribuição de gêneros alimentícios à população de poucos recursos, os quais ficariam armazenados no Coliseu, casa de espetáculos com um parque de patinação, construído em 1878, situado na esquina da rua, hoje denominadas, César Bierrembach com a avenida Irmã Serafina.
A diretoria dessa Sociedade tinha como presidente, Cônego Scipião Junqueira – vigário da Matriz Nova; como tesoureiro, Alberto Muller – Delegado de Polícia, posteriormente, falecido, vítima da febre amarela; como primeiro secretário, Padre João Batista Correa Néri, depois primeiro bispo de Campinas; e como segundo secretário, Dr Joaquim Gomes Pinto – bacharel em Direito, pertencente a uma família portuguesa de destaque na cidade.
A 14 de maio, a Sociedade Protetora dos Pobres comunicou já haver doado milhares de rações. No dia seguinte, o Cônego Scipião informou que totalizavam 2.100 as famílias cadastradas que haviam recebido os cartões, e que 35.000 rações semanais eram concedidas a 5.000 pessoas, cabendo sete rações a cada uma.
Pode-se inferir que a ação filantrópica mobilizou a sociedade campineira para angariar os recursos necessários a tão significativa distribuição. No entanto, em razão de contaminação pela febre amarela culminando com a morte de três de seus membros associados, Alberto Muller, Francisco José de Carvalho e Cipriano Rosa de Andrade, a Sociedade Protetora dos Pobres pouco durou, um mês e vinte e três dias, encerrando suas atividades em 31 de maio de 1889, e uma placa de mármore de carrara, com o nome dos beneméritos foi fixada na parede externa, ao lado da porta lateral da Catedral, na rua Treze de Maio, em reconhecimento aos serviços filantrópicos prestados na epidemia de febre amarela de 1889.
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