12 de março de 2008

Personagem: Aristides Pedro da Silva (apelidado de V-8)

Faço aqui minha homenagem, como memorialista que sou, ao fotógrafo abaixo por ser sem dúvida um dos maiores, se não o maior, preservacionista (mesmo que inconscientemente) que Campinas já teve. Fazendo isto através de imagens que captou durante décadas.

Acima foto de 2002.
O fotógrafo ganhou o apelido de V-8 (sinônimo de potência entre os admiradores de carros, principalmente dos antigos Fords), quando o confundiram com seu irmão Irídio. "Como eu não gostava, acabou pegando", relembra ele.
Nasceu em 23 de outubro de 1921 em Souzas (na época Arraial dos Souzas), distrito de Campinas, na fazenda Atibaia. Tendo morado com os pais dos 7 aos 16 anos em Valinhos, na Fonte Sônia, em que trabalhavam, mudou-se em 1937 para Campinas. Com o falecimento do pai, a mãe abre uma banca no Mercado Municipal. Antes de se tornar fotógrafo, V-8 vai trabalhar na Leiteria Santana como entregador de leite, na Fundição Gerin Neto e chegara a abrir uma lavanderia.

A fotografia entrou em sua vida quando, aos 26 anos, foi ser o faz-tudo num dos estúdios de foto da cidade. Lá aprendeu o ofício e partiu para coleção de fotos. "Eu era o lixeiro. Vinham me perguntar se eu queria as fotos, porque iam jogar fora", conta V-8. Sensível às grandes alterações que a cidade e a região sofriam, o clic de V-8 ia registrando imagens que, de outra forma, ficariam guardadas somente na memória de seus moradores.

V-8 na casa onde morou por quase toda a vida, na rua Julio Frank, no bairro do Botafogo e depois transformada em seu estúdio fotográfico. Começou a atuar profissionalmente como fotógrafo a partir de 1952. Chegou a ser técnico do juvenil do Guarani F.C. entre 1950 e 1960

Inicialmente, o estúdio Foto V-8 estava instalado à rua Treze de Maio; posteriormente, passou para a rua Conceição e rua Dr. Quirino, antes de se estabelecer na Julio Frank. Começou trabalhando com fotos 3x4 cm e especializou-se em retratos de casamento. Sempre com sua velha Pentax 6x7.

A Coleção V-8 integra atualmente o acervo da Área de Iconografia do Centro de Memória da Unicamp. Esta Coleção compõe-se de cerca de 4500 imagens entre fotografias e negativos flexíveis e de vidro, datadas de 1880 a 1970, aproximadamente. Dividem-se em 2 grandes conjuntos: um, constituído pelo registro das principais transformações urbanas de Campinas, e outro por fotografias antigas da cidade e de seus personagens, coletadas e reunidas por V-8 ao longo dos anos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Looks like you are an expert in this field, you really got some great points there, thanks.

- Robson