10 de junho de 2010

Personagem: Copa do Mundo de 1950 e Moacyr Barbosa

Oficialmete iniciou-se nesta data a "Copa do Mundo" da África; primeira vez que se tem o torneio em um país com predominância da raça negra.

E como não poderia deixar de ser e como sempre procuro fazer. Fiz uma conexão com a hístória de Campinas.

E assim presto uma homenagem à Moacyr Barbosa, campineiro, que foi o goleiro do trágico 1950. E que morreu injustiçado por um povo que só sabe reverenciar os vitoriosos; esquecendo dos derrotados; mas que fizeram alguma coisa pelo Brasil.




Moacir Barbosa nasceu no dia 27 de março de 1921, em Campinas.

Ganhou 14 títulos na carreira. Pela Seleção Brasileira e pelo Vasco da Gama.

Pelo clube da rua São Januário (Vasco da Gama), foi campeão Sul-Americano, em 1948. Ganhou seis Campeonatos Cariocas e um Rio-São Paulo.

Pela Seleção Brasileira, ganhou Copa Roca, Copa Rio Branco, Copa América. Depois de atuar 11 anos pelo time do Vasco da Gama, ainda esteve nos times: Santa Cruz, Bonsucesso e Campo Grande.


Foi um dos maiores goleiros de sua geração, junto com Castilho e, depois, sucedido por Gilmar.

Ficou marcado por uma suposta falha no gol de Gigghia, na final da Copa de 1950. Passou a ser perseguido. Desprezado. Insultado por meia dúzia. Aquela geração, de Barbosa, Zinho, Jair, Chico, Maneca e Ademir, ficou com o carimbo de perdedora.

Tudo por causa de um tropeço. Fatal, cruel e injusto.

E Barbosa, por ser negro, goleiro e humilde, se transformou no seu maior símbolo. Certa vez, os administradores do Maracanã resolveram trocar as traves de madeira por outras mais modernas, de ferro. Barbosa ficou com as velhas e, talvez numa forma de apagar de vez os restos do amargo passado, queimou-as num churrasco com amigos e ex-companheiros de Seleção Brasileira.

Não adiantou. Barbosa jamais se livrou daquela dor, daquele fantasma inescrupuloso... E, em 1993, poucos anos antes de morrer, disse uma das frases mais emblemáticas e verdadeiras sobre a hipocrisia no futebol brasileiro e na sociedade em geral: “No Brasil, a pena maior por um crime é de 30 anos. Há 43 pago por um crime que não cometi.”
Nada mais verdadeiro. Meus respeitos, homenagens e aplausos a Moacir Barbosa. O goleiro nota 1000.

Depois de encerrar a carreira, passou a trabalhar como funcionário da Suderj, no Maracanã. Barbosa morreu no dia 7 de abril de 2000, com 79 anos, na cidade de Santos-SP, onde vivia recluso, ao lado de uma filha adotiva.

Texto inicial do jornalista esportivo Lédio Carmona, e repaginado por mim, publicado no blog Jogo Aberto, no dia 27/03/2007



http://blog.cacellain.com.br/2009/05/29/perfil-de-barbosa-o-goleiro-do-maracanaco/

http://blogln.ning.com/profiles/blog/show?id=2189391%3ABlogPost%3A106574&commentId=2189391%3AComment%3A107319

Abaixo o livro citando a copa de 1950 e focando em uma homenagem ao personagem aqui retratado.






Algumas fotos abaixo foram retiradas do livro em questão.







Abaixo entrevista dada pelo personagem e acima com outro grande goleiro Gilmar do Santos Neves.




Com Carmem Verônica. Abaixo a saída após encerrar a carreira pelo time do Campo Grande do Rio de Janeiro.


Um dos fatídicos gols na final de 1950.

Abaixo o vídeo versando sobre o final de 1950.




Aproveito e recomendo os belíssimos textos do jornalista Bruno Ribeiro, veja em:

http://botequimdobruno.blogspot.com/2010/01/pequena-e-comovente-lembranca-de-uma.html

http://botequimdobruno.blogspot.com/2008/06/s-os-goleiros-so-eternos.html

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Fantinatti! Escrevi sobre Barbosa há algum tempo. Há um link para uma notícia interessante, que mostra que nem todos temos memória curta:

http://botequimdobruno.blogspot.com/2010/01/pequena-e-comovente-lembranca-de-uma.html

e aqui uma crônica intitulada "Só os goleiros são eternos", de minha autoria, dedicado ao goleiro campineiro:

http://botequimdobruno.blogspot.com/2008/06/s-os-goleiros-so-eternos.html

Abraços