13 de dezembro de 2009

Efeméride: Culto à Ciência - Encontro dos Formandos de 1959

Com o material abaixo; faço uma homenagem àqueles que fizeram 50 anos de sua formatura na antigo Colégio Estadual Culto à Ciência.

Fotos e material abaixo foram cedidos por uma das ex-alunas.


Foto de algumas pessoas da classe do Científico B do Culto à Ciência. Turma mista de 40 pessoas: 30 homens e somente 10 mulheres. Faltam vários rapazes, mas o time feminino está completo. O prof. que aparece na foto é o Prof. Braga (Biologia). Foto tirada em frente ao Colégio, provavelmente em 1958 ou 1959.


Cincoenta anos depois em encontro memorável, com muita conversa para ser trocada.




Veja abaixo a belíssima crônica de um dos participantes deste evento.

Culto à Ciência 1959 – 2009
Por Tito Verdi di Pietro (tito.pietro@terra.com.br)

Com o passar do tempo até as lembranças vão se esvanecendo.

Ao ensejo do cinqüentenário de formatura das turmas de 1959, lá fui eu até o ático empoeirado de minhas memórias, onde resgatei algumas restantes, como seguem, sujeitas eventualmente a reparos e correções.

O BONDE DO BOTAFOGO

Tudo começava na “prainha” do Largo da Catedral, o ponto de bondes procedentes dos altos de uma Rua Treze de Maio de paralelepípedos. Uma ruidosa e agitada multidão de meninas e meninas uniformizados, qual piratas bucaneiros, abordavam avidamente o bonde nove, mal este havia parado. O estribo do bonde ficava um bocado alto e os mais altos levavam alguma vantagem sobre os menores para alcançar o piso do bonde, que ficava mais alto ainda. Todos buscavam um dos escassos assentos para uma viagem mais confortável. Os que não conseguiam assento viajavam em pencas nos estribos, agarrando-se como podiam nos balaustres, procurando ficar longe dos postes, que desfilavam velozmente, rentes às cabeças da moçada. Uma vez ou outra alguém era vitimado, tornando-se o centro do “agito” do dia.

O assento dos bancos era de finas ripas de madeira envernizada, mal acomodando cinco pessoas acotoveladas. Os encostos dos bancos, também de madeira envernizada, a exemplo daquele dos trens podiam ser invertidos, se e quando o bonde chegava a um fim-da-linha e precisava voltar no sentido inverso.

Quando fazia frio ou chovia, tentava-se em vão minorar o desconforto, puxando-se para baixo o grosso toldo, que ficava enrolado acima de cada lateral dos bancos. Desgraçadamente, poucos eram os toldos que funcionavam e não raro estavam rasgados e até mesmo ausentes. Para evitar a chuva, os ilustres passageiros se apinhavam o mais possível no meio do bonde, mas mesmo assim acabavam todos molhados...

A “tripulação” do bonde era constituída por um “motorneiro” e um “cobrador”, ambos com surrados uniformes e bonés beges, de grosseiro brim cáqui. Às vezes havia um “motorneiro” aprendiz em uniforme azul, acompanhando o titular. O “motorneiro” portava cuidadosamente consigo uma pequena e vital alavanca, a qual – adequadamente encaixada no pino do controle do motor, situado na área do “motorneiro” – punha o bonde em movimento. Imaginem a confusão, se esta pequena chave caísse em mãos indevidas... O controle do motor ficava à esquerda do “motorneiro”, o qual tinha à sua direita uma roda de ferro em posição vertical, a qual movimentava o mecanismo do freio do bonde. A seus pés, o “motorneiro” podia pisar num dispositivo para tocar uma sineta à guisa de “buzina”. Ao lado desde dispositivo, havia um parecido, que lançava areia nos trilhos (até hoje não entendo bem com que finalidade). Defronte ao “motorneiro” havia três janelas verticais. Acima da janela lateral esquerda ficava o dispositivo móvel, para exibir o número da linha – no caso, 9 – e, acima da janela direita, o nome da linha, no caso “Botafogo”.

Em determinados pontos subia um “fiscal”, trajando um uniforme mais novo e bem passado, para fazer misteriosas anotações numa prancheta, que ficava à bordo de cada bonde. Como o bonde balançava muito, dizia-se que o “fiscal” somente conseguia escrever alguma coisa em casa, se a mulher dele ficasse balançando a mesa.

Em bondes lotados, como o 9 ficava com estudantes, o “cobrador” buscava desesperadamente um espaço para se segurar no balaustre e uma brecha no estribo, para conseguir se deslocar ao longo do bonde na cobrança das passagens. Apesar do passe-escolar, muitos pagavam em dinheiro. Assim, o “cobrador” dobrava as notas ao meio e de comprido, acumulando-as umas sobre as outras entre os dedos, como asas de borboletas; este expediente liberava suas mãos para se segurar nos balaustres. As moedas, aos montes, estufavam os bolsos do pobre “cobrador”. Este personagem era um verdadeiro ginasta contorcionista, como igual não se encontra mais, nem mesmo nos mais ousados números do “Cirque Du Soleil”. No meio deste verdadeiro pandemônio, imaginem qual seria o grau de exatidão da cobrança das passagens e da atuação do fiscal...

Saindo da “prainha” da Rua Treze de Maio, o bonde virava à esquerda e entrava na Rua – ainda não avenida – Francisco Glicério, passando defronte ao luxuoso Hotel Términus e de sua sofisticada doceria, entre o Largo e a Igreja do Rosário – quando esta última ainda não havia sido transferida para a Avenida Francisco José de Camargo Andrade . O percurso prosseguia pela Rua General Osório, Saldanha Marinho, Hércules Florence, desembocando finalmente na Rua Culto à Ciência.


O COLÉGIO CULTO À CIÊNCIA

Como pássaros em revoada, a meninada descia do bonde e adentrava o Colégio: as meninas pelo portão da direita e os meninos pelo portão da esquerda. O portão central, maior e mais imponente, se destinava aos Professores, Diretores e demais “autoridades”. Raros eram os casos de inobservância desta disposição, exemplarmente punidos.

Uma vez dentro dos muros do colégio, os mesmos grupinhos de sempre – meninos e meninas não se misturavam - iam se formando nos jardins do Colégio, à espera da infalível sineta, anunciando o início das aulas. Grande também era o movimento na cantina do Alo, um mulato cheio da ginga. Fiquei muito surpreso o dia em que o vi misturando parafina ao chocolate, para blindar os picolés “caseiros”, numa época em que ainda não havia os industrializados.

Lembro-me das largas tábuas de madeira, que guarneciam os corredores e as salas internas, bem como as largas escadarias para os andares superiores.

O CORPO DOCENTE

O Culto à Ciência era renomado pela excelência de seus Professores.

Destaca-se em minha memória a figura austera e temida do Professor Francisco Ribeiro Sampaio, graças ao qual muito aprendi sobre a língua portuguesa. Desde o primeiro dia de aula, recebíamos a incumbência de decorar uma estrofe dos Lusíadas por dia. Aleatoriamente escolhido para recitar a primeira estrofe, fui bruscamente interrompido pelo Professor Sampaio, sentenciando: ”Zero. Pode sentar”. Aturdido e surpreso, fui para meu lugar rever a estrofe, para descobrir – depois de muito procurar - que, no dizer de Luiz Vaz de Camões, a força humana “prometia” - e não “permitia” - os feitos dos luzitanos.

As estrofes dos Lusíadas também eram o material preferido do Professor Sampaio para a análise lógica e sintática. Com estonteante inversões e ocultações dos elementos dos versos, de fazer inveja ao Hino Nacional Brasileiro, o texto do Lusíadas era para nós um verdadeiro quebra-cabeças, quanto a seu entendimento. Este extenuante exercício diário até hoje ainda me é de grande valia.

Várias vezes por semana, o Professor Sampaio passava uma redação para ser feita em classe no espaço de tempo de uma aula. Os temas eram os mais variados e desafiadores para nossa limitada criatividade e habilidade lingüística da época. Exemplo de um tema: “Um pingo d’água”. Havia na classe uma acirrada disputa para escrever a redação a ser selecionada pelo Professor Sampaio como a melhor, pois este era lida em classe. Que triunfo!!! Com tal prática, penso que a maioria de nós naquela época estava perfeitamente apta para enfrentar “com um pé nas costas” as redações exigidas dos vestibulandos dos tempos atuais.

O Chico, um dos numerosos filhos do Professor Sampaio, era meu colega de classe. Aflito com a minha nota numa das provas, pedi encarecidamente para o Chico procurar descobrir a mesma. O próprio Chico me relatou como foi o episódio. Ele procurou seu pai, dizendo:

- “Meu pai (forma respeitosa, como todos os filhos se dirigiam ao austero Professor): o Tito está ansioso para saber a nota que pode ter tirado na prova e, assim, pediu-me “descobrir” a mesma”.

Resposta do Professor: - “Procure a prova dele naquela pilha. Mas não conte para ele que fui eu quem permitui você ter acesso à nota”. (Notem o cuidado do Professor para manter sua reputação de rigoroso).

Lembro-me também da Professora de matemática, Auzenda Frattini. Uma verdadeira “lady”, muito fina, testa proeminente, cabelos armados, óculos de armação pesada, com lentes grossas e escuras. Nunca sorria, muito exigia e muito era temida e respeitada. Certo dia tocou o sinal, mas a Professora continuou zelosamente a explicação. Na minha ingenuidade, cometi a imprudência de dizer: “Professora: o sinal já tocou.” Disparando um olhar fulminante, Dona Auzenda virou-se para mim e disparou: - “O senhor está querendo me ver pelas costas, é ?”

Havia também o casal de velhinhos, o Professor Galvão e a Professora Mercedes. Ele, professor de Latim e ela de Português. Na tentativa de escapar de mais uma aula daquela língua morta, meu colega, Joaquim, pedia licença e questionava o Professor Galvão sobre algum episódio momentoso da política brasileira daquele momento. No mais das vezes o Professor se entusiasmava com o assunto e, assim, tomava a maior parte da aula, se não a aula toda com comentários sobre o mesmo. Às vezes este estratagema não surtia efeito. Era comum também o Professor Galvão anunciar: “Amanhã vai ter teste sem prévio aviso”.... Na saída, o Professor Galvão, sempre de terno, vestia seu indefectível chapéu e caminhava rua Culto à Ciência afora, acompanhado da Professora Mercedes, de ombros juntos, num “V” invertido àquele formado por Maria Madalena e Jesus no quadro da Santa Ceia, celebrado por Dan Brown no livro Código da Vinci.

Na química tínhamos o atlético Professor Manoel Basílio Moreira de Barros, sempre de guarda-pó branco, magro e alto, com óculos de grossas lentes. Quando ele estava de bom humor, desafiava os alunos para uma corrida num determinado trecho, defronte ao principal prédio do colégio. Invariavelmente o Professor Basílio ganhava. Quando seu humor deixava a desejar, sofríamos, mas aprendíamos muito com os testes no bem equipado laboratório de química do colégio.

Já o Professor Hilton Federici ministrava aulas de Geografia. E que aulas! Pelo que saiba, ele era o único a dispor de uma sala-de-aulas privativa, guarnecida de mapas, quadros, projetor. Não sei de nenhum outro professor usando sua sala. Apesar de muito rigoroso na disciplina, ele era bem humorado e sorridente na maior parte do tempo. Também era usuário contumaz de guarda-pó branco. Os filhos gêmeos desse professor foram meus contemporâneos, gente finíssima.

Meu professor de ciências foi o Professor Braga. Ele já tinha bastante idade, não sei exatamente quanto. Faltavam-lhe alguns dentes, prejudicando sua fala e aparência. Ele tinha um hábito divertido para os meninos, mas nada apreciado pelas meninas. Mas, em respeito à sua memória, sinto-me impedido de mencioná-lo aqui. Aqueles que foram seus alunos saberão do que estou falando.

Na ocasião em que eu era aluno do Culto à Ciência, optei por Inglês em vez de Grego. Depois me arrependi. Assim, o Professor Jaques foi meu professor. Ele não fazia questão de ser simpático, mas aprendíamos muito inglês com ele.

Em francês, fui aluno da Professora Maria Duarte. Como a maioria dos professores, era muito rígida, rigorosa mas muito eficiente e dedicada. Assim, aprendíamos muito francês com ela, língua nada fácil. Até hoje me lembro de um versinho de Louis Charles Alfred de Musset (1810-1857), decorado por exigência da mesma.

Vocabulário essencial:
Rideau = cortina
Entr'ouvre = entre-abrir
Peut-étre = pode ser
Guetter = observar
Rêve = sonho
Lourdaud = gordão

Le rideau de ma voisine

Le rideau de ma voisine
Se soulève lentement.
Elle va, je l'imagine,
Prendre l'air un moment.

On entr'ouvre la fenêtre:
Je sens mon coeur palpiter.
Elle veut savoir peut-être
Si je suis à guetter.

Mais, hélas! ce n'est qu'un rêve;
Ma voisine aime un lourdaud,
Et c'est le vent qui soulève
Le coin de son rideau.

O Professor Livio Thomas Pereira ensinava Matemática. Sua fala possuía um tché-tché-tché característico, como verdadeira marca registrada. Nunca usava guarda-pó, razão pela qual seus indefectíveis ternos, sempre azul-escuro viviam manchados com giz. Talvez alguém possa me ajudar a lembrar por que ele se sentava no chão da sala-de-aula, pois tenho esta memória, mas me esqueci do contexto em que isto ocorria.

Sua máxima humorística – ele vivia de bom humor - era: “Esta classe é muito homogênea: ninguém sabe nada.” Eu gostava muito do Professor Lívio como pessoa, mas detestava matemática.

Filosofia era ministrada pela Professora...., (Puxa: esqueci o nome dela), muito franzina e do tipo mignon. Eu curtia muito suas aulas e até hoje curto os filósofos e a filosofia.

O Professor Pedro Stucchi Sobrinho, mais recentemente falecido, era responsável pelas atividades de Educação Física, que incluíam disputas futebolísticas. Ele era durão, mas no fundo era muito cordial, o que lhe valeu um respeito, uma admiração e um carinho como poucos professores podiam contar. Exigia que os meninos usassem o que ele chamava de “porta-jóias” para a prática de esportes.

Comandando esta turma de extraordinários e dedicados professores estava o Diretor Telêmaco Paioli Melges, verdadeiro terror dos indisciplinados. Tinha uma fala explosiva e orvalhada, principalmente quando se irritava, a qual lhe valeu o onomatopaico apelido de “Popof”. Contavam que um calouro perguntou a um grupo de garotos onde ficava a sala do Diretor, bem como o nome dele; contavam, ainda, que os rapazes indicaram corretamente onde ficava aquela sala, mas informaram maliciosamente ao calouro, o nome de “Popof” , verossímil nome russo. Depois fantasiavam e divertiam-se livremente sobre qual teria sido a reação do Diretor Telêmaco à menção deste apelido, cuja veracidade nunca foi possível apurar, por motivos óbvios.

Para compensar o rigor do Telêmaco, contávamos com a Professora Celina Duarte Martinho, a qual procurava amenizar as situações, na medida do razoável.

CONCLUSÃO

Os alunos daquela época foram agraciados com o privilégio de um Colégio público de altíssimo padrão educacional e administrativo, professores competentes, responsáveis e dedicados. Dificilmente aquele Culto à Ciência poderá ser igualado ou imitado.

Parece-me que o mundo era melhor, quando os valores ligados à família e aos educadores eram mais ensinados, cultivados e respeitados.

Em comparação com os jovens daquela época, os atuais me parecem perdidos, sem referenciais ou diretrizes domésticas ou escolares, porisso mesmo mais facilmente atraídos pelo crime e pelas drogas.

Que falta faz um Culto à Ciência como aquele de 1959!!!


Conheça outros sites relacionados ao Culto à Ciência:

http://www.cultoaciencia.com.br/
http://www.sabbatini.com/renato/college.htm
http://www.francisco.paula.nom.br/Culto/index%20culto.htm
http://www.francisco.paula.nom.br/Culto/mestres%20galeria.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Culto_%C3%A0_Ci%C3%AAncia

4 comentários:

Anônimo disse...

Meu nome é Mário Carvalho de Matos e fui aluno do Culto à Ciência de 1951 1957. Quero elogiar a crônica de Tito Verdi di Pietro, por sua maneira interessante de comentar o que ocorria em nosso colégio naquele período. Desejo apenas corrigir o nome completo do Professor Basílio, meu sogro. Na crônica está Manoel Basílio de Mattos, mas a seu nome era Manoel Basílio Moreira de Barros.

J.M.Fantinatti disse...

Sr. Mário, devidamente corrigido o nome do Professor Basílio. Isto como homenagem para preservar a memória do mesmo. Continue prestigiando o blog.

Anônimo disse...

Meu nome é Maria Ignez do Carmo Olivieri e quero deixar registrado o meu elogio para o autor desta belíssima crônica, Tito Verdi di Pietro, meu especial, muito querido e inesquecível amigo que conheci em Águas de Lindóia em julho de 1959 e que fui encontrar depois de cinquenta anos, lendo esse maravilhoso trabalho sobre o Colégio Estadual Culto à Ciência.
Nas fotos vejo, meu amigo Tito Verdi di Pietro e o David Eduardo Jorge Haddad que tive o prazer de conhecer também em 1959, em Águas de Lindóia.
Parabéns a todos.

Nadja disse...

"Uma vez dentro dos muros do colégio, os mesmos grupinhos de sempre – meninos e meninas não se misturavam - iam se formando nos jardins do Colégio, à espera da infalível sineta, anunciando o início das aulas. Grande também era o movimento na cantina do Alo, um mulato cheio da ginga. Fiquei muito surpreso o dia em que o vi misturando parafina ao chocolate, para blindar os picolés “caseiros”, numa época em que ainda não havia os industrializados."


Cantina do Alo...

Mais uma vez, fiquei emocionada ao saber quão meu velho pai é sempre bem lembrado pelos ex-alunos do Colégio Culto à Ciência!

A poucos dias atrás, 24/10/2010, ele completou 90 anos de idade e foi homenageado pelo cronista e ex-aluno do Culto à Ciência, Moacyr Castro, jornalista do Correio Popular.

Em cada site que visito onde é abordado o tema "Culto à Ciência dos velhos tempos", me deparo com algum ex-aluno citando de modo respeitoso a lembrança do meu pai...

Fico honrada em saber que o meu pai conheceu e vivenciou a época de ouro deste conceituado colégio!
Onde alunos aprendiam também a importância de serem exemplares cidadãos.

Obrigada a todos que sempre recordam e comentam da pessoa do meu pai, "Seo Alo", o simpático negro cuja cantina no Culto à Ciência levava seu nome: Cantina do Alo.

Abraços a todos!