“Campinas ainda guarda muita coisa de antigamente, Histórias envolvendo bairros românticos, ruas cheias de tradição, locais de heroismo e lendas seculares. Apesar do progresso e do ar de quase metrópole, há muita coisa interessante, que o campineiro não presta atenção, enfurnado no cotidiano agitado de uma cidade moderna e grande.
Muita coisa interessante. Por exemplo: becos. Emoldurando ruas centrais e revivendo uma época ja saudosa, os becos sobrevivem, resistindo a picareta implacável que alarga ruas e derruba prédios. O beco, na sua imagem mais pura, relembra um tempo de serestas, tocaiais, namoricos. Namoricos com cumplicidade das sombras e da pequena largura. Alguns becos mais tradicionais de Campinas já vivem seu estertor; engolfados que estão por edifícios modernos de construção recente.”
Abaixo temos fotos dos becos mais conhecidos e de diversas épocas do passado.
Acima em foto de 1970 tem-se o Beco do Rocío. Vinte metros de estreita rua calçada. Em um dos lados sobrados antigos, de sacadas românticas, guardando ainda muito da arquitetura do século XIX. A placa indica Rua do Rocío, mas o povo na sua sabedoria secular insiste em chamar de Beco do Rócio. Este local fica entre as ruas General Osório e Bernardino de Campos. Rocio é um conjunto de repartições públicas, termo que era muito usado no passado e herança dos portuguêses que por ali moravam.
A placa indica Rua Coronel Rodovalho, que fica entre as ruas Conceição e César Bierrembach. Uma pequena rua que no passado e pelos mais antigos era conhecido como Beco do Rodovalho. Tal nome foi dado em homenagem a um cidadão de nacionalidade portuguesa, que mantinha uma casa comericial na antiga rua do Góis (hoje César Bierrembach), misto de armazém e bazar. A casa do português bonachão erguia-se defronte ao beco. Foto de 1970.
Tanto a foto acima quanto a foto abaixo mostram duas visões do Beco do Caracol (que hoje é a rua Benjamim Constant). A foto acima é de 1947 e mostra o mesmo de quem vem do bairro Cambui e da lado esquerdo do espectador pode-se notar a amurada da Escola Carlos Gomes.
Já no foto abaixo, de 1937, pode-se ver o beco ao fundo (que também foi chamado Beco do Roso (por haver a moradia da família Roso acerca do local) onde só circulavam pedestres. Esta foto foi feita vindo do mercado, em direção à rua Barão de Jaguara. Ao fundo do beco o antigo prédio Bento Quirino há muito demolido. No futuro com o alargamento da rua Benjamim Constant isto tudo desapareceu.
Foto acima de 1970 e abaixo de 1947 mostram a Travessa São Vicente de Paula, outrora conhecida como Beco do Inferno, ligava as ruas Dr. Quirino (rua do Meio) e Luzitana (rua de Baixo) prosseguindo até o largo do Mercado de Hortaliças (que era conhecido também casa das andorinhas) e que ficava em frente a Escola Carlos Gomes, na avenida Anchieta.
Acima o Beco do Inferno na década de 1950.
Na foto acima o mesmo Beco do Inferno, ou melhor Travessa São Vicente de Paula, em 1997 todo reformado.
2 comentários:
Lindas, lindas fotos. Memoráveis. Quanta história em nossa bela cidade. Emocionado. tenho 27 anos e, sinto saudades da Campinas, no final da década de 80. Imagina essa Época. Apaixonante !!
Como campinas é diferente antigamente.
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