Preservação da memória histórica de Campinas, SP, Brasil; pela catalogação ordenada de sua História, fotos, documentos antigos e de tudo aquilo que possa ajudar na preservação desta. Espaço aberto à todos que têm interesse no assunto e está em constante atualização. Aberto à receber material via internet ou por correio para aumentar minha biblioteca, hemeroteca e fototeca sobre o assunto. (jmfantinatti@hotmail.com)
31 de agosto de 2007
Livros x História de Campinas: 8 Bananas por Um Tostão
29 de agosto de 2007
Personagem: Rogério Verzignasse
Casado com Valéria, tendo dois Maria Clara e João Pedro.
Estudou e foi alfabetizado no Sesi (do qual muito se orgulha), fez colégio no Polivalente, sempre em Americana, São Paulo), e curso superior (Jornalismo, na PUC-Campinas, de 1985 a 1988).
Começou a carreira no Diário do Povo em fins de 1988. Foi repórter do caderno Cidades,
Contratado pelo Correio em 1990, foi repórter nos cadernos de Economia e Esportes, correspondente do jornal em Americana, chefe de reportagem, repórter especial, subeditor de política, editor da capa.
Em 1999 sofreu grave acidente de trânsito, voltou para ser repórter especial. Atualmente, além das matérias corriqueiras de um jornal, tem uma coluna semanal, Baú de Histórias (que sai todo domingo) para tratar do resgate de capítulos e personalidades de Campinas e região. E também escreve crônica aos sábados no Caderno C; tudo isto no jornal diário Correio Popular, da Rede Anhangüera de Comunicações, de Campinas.
Atualmente é um dos grandes incentivadores da história de Campinas e região, conforme pode ser visto acima; com este seu excelente trabalho de pesquisa histórica.
28 de agosto de 2007
Memória Fotográfica: Igreja do Rosário
27 de agosto de 2007
Curiosidades: Typographia Minerva
Quanto à tipografia, oferecia também trabalhos com brevidade, nitidez e asseio: trabalhos bem acabados, tanto em impressões simples, como a duas ou mais cores. Comercializava impressos e recibos: tem sempre promptos recibos de alugueis de casas, notas de consignação das estradas de ferro, ról de roupa, blocos de papel de carta, livros para escripturação, etc.
Esta tipografia, em seus anúncios, procurava destacar mais seus trabalhos de impressão, embora comercializasse também artigos de papelaria. Como suas concorrentes, valorizava a qualidade e rapidez na entrega dos serviços, além da nitidez e perfeição dos trabalhos executados.
26 de agosto de 2007
24 de agosto de 2007
Livros x História de Campinas: Retratos da Velha Campinas
23 de agosto de 2007
Memória Fotográfica: Ponte e a Cadeia Pública
22 de agosto de 2007
Curiosidades: Typographia Casa Genoud
Trabalhava também com artigos de papelaria,”livros em branco, de todas as qualidades, artigos de escriptorio, engenharia, desenho e pintura, carymbos e tipos de borracha; armarinho, perfumarias, brinquedos, objectospara presentes, bijouteria fantasia, óculos e pince-nez, artigos de óptica, bilhar e photographia; música, pianos e instrumentos, bandeiras e lanternas, homeopathia, artigos de carnaval, fogos de salão, guarda-chuvas e bengalas” (este texto foi descrito no Jornal Cidade de Campinas de 07 de dezembro de 1904) e livraria, destacando em seus anúncios um “completo sortimento de romances e livros clássicos, de medicina, jurisprudência, sciencia, litteratura, devoção, etc.”.
Alguns anúncios da Casa Genoud divulgavam somente livros publicados por editoras de São Paulo, como a Laemmert & Co. e comercializados aqui em Campinas em sua loja: “Acabam de sahir á luz e acha-se á venda em suas casas ‘Os cégos de espírito’ (commentário sobre os males que nos afligem e o futuro que nos espera) por ‘ Ernesto Barbosa Penteado’”.
Outros títulos da mesma editora também eram anunciados, em diferentes datas, mas muitas vezes não eram comercializados em Campinas; eram vendidos pelo Correio, em livrarias de São Paulo, ou na própria editora. Provavelmente, muitos livros que constavam do acervo daquelas sociedades literárias chegaram a Campinas desta forma, pelo Correio. Talvez por este motivo, houvesse tantas especificações nos anúncios quanto ao formato, acabamento, impressão e número de páginas, pois os leitores não tinham os livros à mão para manusear, para observar. De qualquer modo, a Casa Genoud anunciava um completo sortimento de romances e livros clássicos, livros de literatura, entre outros.
A Casa Genoud também possuía um salão de cabeleireiro e modas, que a Livro Azul não possuía, mas em quase tudo se assemelhava a esta, pois tinha também setores de papelaria e comércio de artigos para escritório; de vendas de pianos e instrumentos musicais; comércio e impressão de livros, revistas e material para indústria, venda de artigos importados e objetos finos para casa; enfim, disputavam o público em todo tipo de impressão e comércio de artigos relacionados à escrita.
21 de agosto de 2007
Livros x História de Campinas: Percursos do olhar - Campinas no início do XX
20 de agosto de 2007
19 de agosto de 2007
Memória Fotográfica: PUCCAMP - Pedra Fundamental
18 de agosto de 2007
Livros x História de Campinas: Testunhos do Passado Campineiro
17 de agosto de 2007
Memória Fotográfica: Maternidade de Campinas da av. Orosimbo Maia
16 de agosto de 2007
Curiosidades: Typographia Casa Mascotte
Também não tinha uma linha editorial definida, publicando livros conforme solicitação e encomenda de seus autores, mas ajudou a sustentar a vida cultural de Campinas, contribuindo com suas publicações para o desenvolvimento artístico, imprimia e vendia bilhetes de entrada para os espetáculos das companhias líricas nacionais e estrangeiras que se apresentavam na cidade), literário (impressão de revistas e livros) e cultural da cidade.
15 de agosto de 2007
Memória Fotográfica: rua Conceição e o progresso
14 de agosto de 2007
Livros x História de Campinas: Imagens de um Sonho
13 de agosto de 2007
Curiosidades: 1a Semana Municipal da Fotografia "Hércules Florence"
12 de agosto de 2007
Personagem: Hércules Florence
Seu túmulo no Cemitério da Saudade em Campinas; quadra 14 sepultura 246.
11 de agosto de 2007
Personagem: Associação Atlética Ponte Preta (A.A.P.P.)
Abaixo tem-se uma crônica do sempre competente jornalista e que traduz tudo aquilo que se pode dizer de um time, o mais velho do Brasil em atividade, e uma torcida que verás o porquê tem que se orgulhar de ser pontepretano. As fotos que recheiam a crônica foram inseridas agora nesta publicação.
Por Rogério Verzignasse, do jornal Correio Popular publicado em 1998
Nos três anos que precederam a fundação da Ponte Preta, a cidade de Campinas era varrida pelos ventos da modernidade. E modernidade, no final dos anos de 1800, era aquela máquina esquisita - encantadora e ao mesmo tempo apavorante - que chamavam de cinematógrafo. Um jato de luz jogado na parede de uma sala escura mostrava imagens fotográficas que se moviam. Era de arrepiar. Invenção que levava campineiros às pencas ao Teatro São Carlos.
Modernidade, naquela virada de século, também era a luz elétrica que brotava de um dínamo de 20 ampéres, de corrente contínua, que iluminava a refinada Casa Livro Azul, na rua Barão de Jaguara. É, luz elétrica... A maior parte das casas campineiras - mesmo as mais sofisticadas - viviam de velas e lamparinas
A arquitetura da cidade também mudava. Em 1898 - naquele mesmo ano do cinematógrafo e da luz elétrica - os engenheiros Edmundo Kerug, Antonio Raffin e Tito Martins Ferreira decidiram colocar abaixo o prédio da velha Cadeia Pública. Ele ficava no Centro, exatamente onde hoje está o monumento-túmulo de Carlos Gomes. E os nossos ladrões de galinha - que eram os marginais ousados daquela cidade inocente – foram transferidos para a nova cadeia, no bairro Botafogo.
No ano seguinte, os trens já circulavam pelo ramal da Funilense, trazendo para o Mercado as sacas de gräos que eram colhidos lá pelas bandas do Funil (hoje Cosmópolis). As locomotivas eram o prenúncio do que estava por vir: as máquinas substituiriam as mãos.
Os meninos da Abolição
Pois nem todo campineiro andava preocupado com as óperas do teatro. Para um grupo de garotos de calças curtas, a maior trasnformação daquela virada de século era mesmo um esporte estranho que havia aportado na Capital pelas mãos de Charles Miller. Os meninos sabiam: seis anos antes daquele 1900, Miller - um filho de inglêses formado com toda pompa na Banis Court School de Southampton - já organizava na Várzea do Carmo, na rua do Gasômetro, as primeiras partidas do foot-ball association.
Em 1900, o futebol já era mania entre os paulistanos e já era praticado pelos associados de clubes como o São Paulo Athetic, o Internacional e o Germanya. No interior, só o Savoya, de Sorocaba, difundia a modalidade.
Em Campinas, aqueles meninos de calças curtas reuniram-se no começo da rua Abolição, num descampado onde anos depois seria erguida a Escola Senai. Diz a lenda - a romântica lenda - que a assembléia aconteceu sob a sombra de duas paineiras, no dia 11 de agosto de 1900. Ali decidiram fundar um clube de futebol.
Faziam parte daquele grupo os garotos Miguel do Carmo, Luiz Garibaldi Burghi, Antonio Oliveira (o Tonico Campeão), Alberto Aranha, Dante Pera, Zico Vieira e Pedro Vieira da Silva, que seria proclamado o primeiro presidente da Associação Atlética Ponte Preta.
Que os pontepretanos tirem da cabeça a imagem do Estádio Moisés Lucarelli. O Majestoso não existia nem em sonho. As primeiras partidas do association eram travadas em rapadões onde a molecada esfarelava os joelhos. Pés no chão mesmo, com direito a homéricas topadas de dedão e a chutes que deixavam as canelas repletas de manchas roxas.
A bola de couro - aquela autêntica, com câmara de ar e tudo - era um adereço desconhecido pela rapaziada. Jogava-se com bolas de meias e panos. E as traves; traves, o que é isso? - eram representadas por uma armação de bambus e ripas roubadas na construção mais próxima.
A primeira bola de verdade, inglesa, custou 10 mil réis e foi comprada em São Paulo. O dinheiro veio das mensalidades dos associados: 300 réis por cabeça. E o primeiro uniforme foi doado por um incentivador da garotada, José Giacomelli. Como o bondoso José não entendia nada de futebol que, como vimos, era um esporte completamente desconhecido no Interior, trouxe onze camisas idênticas. Esqueceu que o goleiro precisava de um uniforme diferente. Foi o mesmo benemérito Giacomelli que financiou, do próprio bolso, as primeiras redes que ornamentaram as traves (ou melhor, os bambus).
Mas a penúria que a garotada enfrentou naquele tempo näo importa. Importante é saber que aquela abençoada reunião sob as paineiras da rua Abolição fez nascer a Ponte Preta. Há 98 anos. Os amantes do futebol agradecem, emocionados.
CRONOLOGIA
1900: Um grupo de garotos, reunidos na rua Abolição, decide criar o primeiro clube de futebol de Campinas, a Ponte Preta.
Veja a elegância nas poses da época.
Estádio do Hipódromo
Veja o charme do convite ao confronto de 1915.
1927: A Ponte começa a mandar jogos no estádio da Avenida Júlio de Mesquista, projetado pelo engenheiro Lix da Cunha.
Preste atenção na foto atual acima e verá que ainda existe a amurada que se pode ver mas fotos de 1927. Incrível, e por sorte, mas a modernidade não destruiu algo que ficou do estádio.
A foto via satélite mostra o local, das fotos de 1927, circundado pelas ruas Guilherme da Silva, Alferes Domingos e Pedro de Magalhães, nas vizinhanças da av. Júlio de Mesquita. Clique sobre a imagem para ver mais detalhes.
Veja detalhe interessante; a faixa era na posição diferente que é hoje.
1948: O Estádio Moisés Lucarelli é inaugurado no dia 12 de outubro. A Ponte Preta é derrotada pelo XV de Piracicaba por 3 a 0.
Foto do jogo inaugural do jogo em 12 de setembro de 1948 e o primeiro gol foi de Sato (XV de Novembro).
1951: É inaugurado o sistema de iluminação do Estádio Moisés Lucarelli. A Ponte jogou contra o Internacional de Porto Alegre e perdeu por 2 a 0. No mesmo ano, a convite dos grandes clubes de São Paulo, a Ponte disputa a divisão de elite.
Houve reformulação nos refletores foram reinaugurados em 1976.As fotos abaixo mostra a torcida na década de 1950.
As faixas ainda continuam ao contrário do que é hoje.
1959: A Ponte sofre a maior goleada de sua história, caindo diante do Santos, na Vila Belmiro, por 12 a 1.
1960: a Ponte Preta faz a pior campanha entre os 18 clubes do Paulistäo. Em 34 partidas, a Ponte venceu apenas 4, empatou 9 e perdeu 21. O clube é rebaixado.
1969: A Ponte volta à divisão de elite do futebgol paulista, sagrando-se, campeã do quadrangular final, disputado no estádio do Palmeiras, em São Paulo, contra Linense, Francana e Noroeste.
1970: De volta à divisão de elite, a Ponte conquista, ao lado do Palmeiras, o vice-campeonato paulista.
1976: A Ponte disputa pela primeira vez o Brasileirão, e chega até a terceira fase, que reunia os 18 melhores times do País.
1977: A Ponte, com o melhor time de sua história, chega ao vice-campeonato paulista. Na final, a equipe campineira foi derrotada pelo Corinthians por 1 a 0. O Corinthians não vencia o campeonato desde 1954. A Ponte jogou com Carlos; Jair, Oscar, Polozzi e Angelo; Vanderlei, Marco Aurélio e Dicá; Lúcio, Rui Rei e Tuta. O técnico era Zé Duarte.
Um grande time, pois cedeu vários jogadores para a seleção brasileira. É só conferir.
1979: Outra vez a Ponte conquista o vice-campeonato paulista, caindo na final diante do mesmo Corinthians, por 2 a 0. A Ponte jogou com Carlos; Toninho, Juninho, Nenê e Odirlei; Vanderlei, Mauro Aurélio e Dicá (Humberto); Lúcio (Lola), Osvaldo e João Paulo. O técnico era Zé Duarte.
1981: A Ponte chega mais uma vez ao vice-campeonato paulista. No jogo decisivo, foi derrotada pelo São Paulo por 2 a 0, gols de Renato e Serginho. A Ponte jogou com Carlos; Toninho, Juninho, Nenê e Odirlei; Zé Mário, Marco Aurélio e Dicá; Édson (Abel), Chicão (Humberto) e Osvaldo. O técnico era Jair Picerni.
1987: A Ponte fica em penúltimo lugar no Paulistão, só a frente do Bandeirante de Birigüi, e é rebaixada para a divisão de acesso.
1989: A Ponte volta à divisão de elite, ao sagrar-se vice-campeã da divisão de acesso. O título ficou com o Ituano.
1995: Outra vez a Ponte é rebaixada. Em 30 jogos no Paulistão, a equipe venceu 7, empatou 8 e perdeu 15.
1997: Segunda colocada na segunda divisão do Campeonato Brasileiro (o título ficou com o América Mineiro), a Ponte ganha o direito de disputar novamente o Brasileirão.
1998: a Ponte chega ao quadrangular final da Série A-2 do Paulistão, disputando a vaga contra Noroeste, América de Rio Preto e União Agrícola. O título foi conquistado pela equipe barbarense.
Selva de pedra avançou sobre o primero campinho
O concreto avançou sobre os descampados onde nasceu a Ponte Preta. Aqueles meninos de pés decalços, na virada do século, corriam atrás de bolas de meia num terreno localizado onde hoje está construída a rotatória de acesso à rua Proença. O que era antes um terreno baldio, hoje tem nome: Praça Comendador Soares. É uma pracinha pequena, mas mãe nenhuma no mundo teria coragem de deixar as crianças brincando por ali. O trânsito é infernal. A praça, contornada pelo asfalto, é quase inacessível.
Bem ao lado dela estão as ruínas da antiga ponte erguida em 1905, estruturada para receber veículos pesados. Ainda hoje ela preserva uma arquitetura rica nas pilastras cheias de adornos esculpidos à mão.
Ponte onde existia a ponte preta que deu origem ao nome à agremiação. Localizada perto do Senai na rua Abolição.
Esta ponte foi erguida onde, cinco anos antes, existia uma ponte de pedestres, de madeira, feita para permitir a transposiçäo da linha férrea da antiga Companhia Paulista. "Aquela ponte de madeira, tingida de alcaträo, deu nome ao bairro e ao time de futebol, que nasciam quase simultaneamente: a Ponte Preta", fala o cirurgião dentista Sérgio Rossi, autor da principal obra sobre o clube, a História da Associação Atlética Ponte Preta.
O tempo radicalizou a paisagem. Ao lado da velha ponte está o viaduto de concreto armado que liga a rua Abolição às ruas Proença e Barão de Jaguara. Sob o novo viaduto, onde no passado os meninos jogavam bola, hoje vivem mendigos. Os pilares de sustentação estão pichados. O lixo está por toda parte. O chão é forrado das latinhas de refrigerantes que os meninos de hoje usam para fumar crack.
Num raio próximo, a 50 metros dali, na primeira quadra da rua Abolição, estão todas as raízes da Ponte. No local onde existe a escola Senai, aconteceu a primeira reunião dos garotos que fundaram a Ponte Preta. E, do outro lado da rua, morava a família de Pedro Vieira da Silva, escolhido como o primeiro presidente da agremiação. Hoje, no terreno, instala-se a Paróquia Bom Jesus, uma dessas seitas de final de século, que arregimentam gente sofrida prometendo os milagres da fé.
No imóvel onde funcionou a sede da Ponte, até 1912, morava Sebastião Alves, o Lili, um dos primeiros craques da história do clube. O tempo fez com que a casa desaparecesse. Hoje, ali, funcionam duas lanchonetes, a Santa Catarina e a 107, quase na esquina da rua Abolição com a rua Álvaro Ribeiro. São dois redutos de torcedores pontepretanos. Mas seus proprietários näo torcem para a Ponte. Nem paulistas são.
A Lanchonete Santa Catarina pertence a Vilmar Pecker, de 46 anos. Ele mudou-se para Campinas há apenas 10 meses. Veio de uma cidadezinha chamada São Lourenço, no interior catarinense. Deixou para trás a roça e tenta se dar bem no comércio. Torce para o Inter de Porto Alegre. Mas, neste pouco tempo, já aprendeu a admirar a fidelidade dos pontepretanos ao clube. "Aqui, metade da freguesia é pontepretana. A outra se divide entre Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Guarani", fala.
A Lanchonete 107, também instalada no sagrado solo pontepretano, pertence a outro catarinense: Vital Pinheiro, de 50 anos. Ele chegou há dois anos de Concórdia e encontrou na torcida da Ponte quase a totalidade da clientela. "O pessoal passa aqui pelo bar antes de cada jogo", diz.
Logo adiante, no terreno onde está instalada a Sanasa (esquina da rua Abolição com a avenida Angelo Simões) existiu o primeiro campo de futebol da Ponte Preta. Era o campo do Cruzeiro (numa referência a uma antiga cruz metálica que hoje ornamenta a entrada do Cemitério da Saudade). O campo ficava bem ao lado do local onde hoje existe a Igreja de Santo Antônio e a caixa d'água da Sanasa. Uma das pistas da Angelo Simões foi construída sobre o antigo campo.
1969 - Ano em que o time levou seu único título
Em 1969, a Ponte conquistou o primeiro e único título na história. Depois de atropelar os adversários na fase de classificação da divisão de acesso, com 11 vitórias e apenas um empate, a Ponte chegou ao quadrangular final e decidiu o título jogando contra o Noroeste, a Francana e o Linense, na Capital.
Os antigos torcedores da Ponte ainda guardam na memória os nomes dos craques da inesquecível campanha de 1969. O elenco - quase todo formado nas categorias de base da equipe, foi reforçado com a contratação de apenas dois jogadores: o centroavante Djair e o médio-volante Teodoro.
Os demais jogadores eram garotos, que iniciavam carreiras vitoriosas. Faziam parte do plantel, por exemplo, o lateral-direito Nelsinho Batista (hoje técnico de futebol) e o meia Dicá (maior craque da história da Ponte). A média de idade do time era muito baixa: apenas 22 anos.
Quase todos os craques haviam sido trazidos das categorias de base pelo treinador Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho. Mas o técnico deixou a Ponte para comandar o XV de Piracicaba, que na época já disputava a Divisão Especial. Zé Duarte o substituiu.
Decisão no Tribunal
No quadrangular final, a Ponte bateu o Linense por 3 a 1 e o Noroeste por 3 a 0. Na última rodada do quadrangular, foi derrotada pela Francana por 3 a 1, no dia 31 de outubro. Mesmo assim, o time conseguiu o título com um saldo de gols superior ao alcançado pela Francana. A Ponte tinha Wilson; Nelsinho, Samuel, Araújo e Luizinho (Santos); Teodoro (Sérgio Moraes) e Roberto Pinto; Alan (Manfrini), Dicá, Djair e Adílson.
Apesar da conquista, no entanto, os torcedores não puderam comemorar. Antes mesmo da partida final, contra a Francana, a diretoria do Linense havia impetrado uma ação na Justiça Desportiva alegando que a Ponte Preta havia escalado ilegalmente o ponteiro Adílson. O clube de Lins entendia que Adílson deveria estar cumprindo uma suspensão automática no dia em que a Ponte venceu o Linense por 3 a 1.
Adílson, que antes daquele jogo defendia o XV de Piracicaba na Divisão Especial, foi expulso de campo na partida contra o Botafogo de Ribeirão Preto. No jogo tenso, uma briga obrigou o árbitro a expulsar os 22 jogadores de campo e dar a partida por encerrada.
A questão foi avaliada pela Justiça Desportiva e, nos tribunais, a Ponte venceu por goleada: 9 votos a zero. Alegando que a partida entre XV e Botafogo havia sido anulada, a Justiça Desportiva considerou sem efeito as 22 expulsões. Logo, Adílson tinha condições de jogar pela Ponte contra o Linense.
A guerra nos tribunais fez com que a Federação Paulista de Futebol só proclamasse a Ponte campeã no dia 6 de janeiro de 1970. O time de Campinas voltava à divisão de elite do futebol paulista depois de amargar nove anos na luta pelo acesso (a Ponte havia sido rebaixada após o campeonato de 1960).
ESTES FORAM OS CAMPEÕES DE 1969
Jogador Luizinho.
GOLEIROS: Wilson Chiquetto e Piveti
ZAGUEIROS: Samuel, Geraldo Spana, Araújo, Henrique e Dagoberto
LATERIAIS: Nelsinho Batista, Maurício, Luizinho e Santos
MEIO-CAMPISTAS: Teodoro, Sérgio Moraes, Roberto Pinto, Aílton Lira, Dicá, Manfrini e Antônio Carlos
ATACANTES: Alan, Joãozinho, Djair, Orlandinho, Ézio, Zezinho e Adilson
COMISSÃO TÉCNICA
Técnico: Zé Duarte
Auxiliar Técnico: Ilzo Neri
Preparador físico: Mauro Montedioca (Maurinho)
Massagista: Hélio Santos
Roupeiros: Carlos Antonio Borges (Borjão) e Luís Sérgio
Médicos: Antonio Henrique Giovanetti, Modesto Carvalhinho e Luiz Sader
DIRETORIA
Presidente: Sérgio Abdalla
Diretores do Depto. de Futebol Profissional: Luiz Antonio Campagnone e Pedro Antonio Chaib
(Fonte: História da Associação Atlética Ponte Preta, de Sérgio Rossi, volume 3 de 7 publicados por este autor e que reflete o período de 1900 a 2000)."
A diretoria na época da construção do estádio.
O grande comandante da construção: Moisés Lucarelli
O grande Moisés Lucarelli acompanhando a obra.
Veja a quantidade de caminhões com os tijolos coletados junto aos pontepretanos.
A foto acima é histórica; pois mostra a pré-inauguração, vendo-se a quantidade de caminhões que fizeram parte da construção do estádio.
Uma das missas no estádio para agradecer o sonho realizado na época. Aqueles que não vivenciaram o momento, como eu, sentem um orgulho e um prazer por tudo aquilo que se fez por uma torcida fiel e assim podemos repetir: "PONTE PRETA - TRADIÇÃO, EMOÇÃO E GARRA".
O estádio de futebol atualmente.